terça-feira, 15 de abril de 2008

O que resta de mim...


O que resta de mim!
O que resta de mim são pequenos fragmentos,
Qual bolhas espalhadas pelos ares,
Assopradas por singelos lábios,
Que um dia ainda sonho tocar.
Me encontro caído, despido de vestes e forças,
A espera de mãos com dedos longos,
Que serão capazes de me levantar.
Meu coração cambalei, bate descompassado,
Tenta acompanhar meus passos,
Para não permitir que a distância os separe,
Levando cada um para um lugar.
Volto meu olhar para as bolhas que são levadas pelo vento,
Cujo caminho a percorrer é tão intenso,
Que quase é impossível um ser humano trilhar.
E ali fico concentrado, braços estendidos, mãos abertas,
Olhando o sopro do vento,
Levando as bolhas cada uma para seu lugar.
Muitas se perderam pelo caminho,
Não tiveram força, e em seu destino não conseguirão chegar.
Mas muitas foram fortes,
Suportaram o vento, o frio, o calor e até a chuva,
Vão realizar seu sonho quando em seu destino chegar.
Tomara que o resto de mim esteja em uma destas bolhas,
Protegidas pelo tempo,
A espera do melhor momento para a terra regressar.

by: Dorival Gaspar, março 2002

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